ESTIAGEM
Tomo dos pincéis, das tintas e de uma tela,
Agora vou esquiar tranquilo sobre as nuvens,
Mostrar alvíssaras que sonhos também luzem
Diante do que é feio e das coisas mais belas.
Depois patinarei sobre o crepúsculo e a aurora
Navegando ébrio perante cortinas de fumaça...
Para que fique claro que me utilizo de trapaça,
Percorrei de “skate” desafios mortos de outrora.
Tudo é possível na imaginação, até areia deságua,
Então me previno, pois, a seca já engole a água
E os mananciais da Terra choram com a estiagem...
A vida tem se transformado num mar de utopias,
Suas vagas não molham, apenas inspiram poesias
E fecundam o painel artístico de cromos e paisagens!
De Ivan de Oliveira Melo