Cachaça

Essa alternativa que proponho,

A mim mesmo, para banir anseios,

falha querendo abortar o sonho,

A Hydra de Lerna dos devaneios...

Cada cabeça que ousado corto,

Renasce ao fluxo do fato novo;

O siso que sempre reto, entorto,

No insano buscar pêlo em ovo...

Arco e flecha em mãos diversas,

Fazem o alvo se rir do arqueiro;

entrelinhas de nossas conversas,

escondem a um coração inteiro...

essa dura sina de barata tonta,

ora, no mercado, outra, no bar;

onde ansiamos fechar a conta,

e o que fazemos é mais a inflar...

Essa visão um tanto deslocada,

Embriaga com seu seco vinho;

De buscar o sentido na chegada,

Se, ele faz conosco o caminho...

E o lapso que só tardio lembra,

Como se liberta dessa cachaça;

De louco, correr atrás da sombra,

Se, por fim, o sol nos faz de graça...