SINTOMÁTICO
Sob a noite me desmantelo e me aprumo
Olvidando catarses que me ponham medo,
Dialogo em mim, confesso-me em segredo
Sobre inconstâncias que furtam meu rumo.
O silêncio constrange e o coração palpita
Desfazendo nas linhas macabras da escuridão
Os anelos que cegam e roubam pudor à paixão
Que alucina e torna a vida secreta e maldita...
Ouço a própria voz a diluir sonhos enfeitiçados
E carentes que me torturam anseios flagelados
Pela inadimplência do amor que anda em férias...
Adormeço e desperto... Profunda via de tédio
Aboleta-se em meu corpo dilatando hemisférios,
Provocando a compreensão das minhas misérias!
De Ivan de Oliveira Melo