SINTOMÁTICO

Sob a noite me desmantelo e me aprumo

Olvidando catarses que me ponham medo,

Dialogo em mim, confesso-me em segredo

Sobre inconstâncias que furtam meu rumo.

O silêncio constrange e o coração palpita

Desfazendo nas linhas macabras da escuridão

Os anelos que cegam e roubam pudor à paixão

Que alucina e torna a vida secreta e maldita...

Ouço a própria voz a diluir sonhos enfeitiçados

E carentes que me torturam anseios flagelados

Pela inadimplência do amor que anda em férias...

Adormeço e desperto... Profunda via de tédio

Aboleta-se em meu corpo dilatando hemisférios,

Provocando a compreensão das minhas misérias!

De Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 02/02/2015
Código do texto: T5123668
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