Este outro tempo
Nosso tempo é outro,
Não, Criolo??
Tempo que não se marca com horas,
Senão que apenas com
Sentir,
Tocar,
Transcender...
Pela voz,
Pelo grito,
Pela arte.
Nosso tempo é outro,
Não, Criolo?
É o tempo de um tempo que não perdoa
O estático,
O pronto,
O acabado...
Tempo que eterniza a gente,
Porque ser cópia não nos cabe!
E nos recusamos aos caminhos prontos.
Nosso tempo é outro,
Não, Criolo?
Um tempo sem limites de desejos,
Sem limites de construção,
Sem limites de batalhas,
Sem limites para o grito,
E para o que ecoa dele!
Nesse outro tempo, Criolo,
Sem campos de Auschwitz,
Sem gueto de Varsóvia,
Sem currais do governo,
Sem prisão da voz,
E da vez...
Sem voz de prisão...
Nesse outro tempo, Criolo,
Campos de semear a arte,
Nenhuma cerca a delimitar nossos sonhos,
Nenhum muro a tapar a visão,
Nada a gaseificar nosso sopro de liberdade...
A arte...
A arte...
A arte!
(Eva Vilma)