Pequeno Mundo

Embora o mundo pareça grande,

É pequeno, pois cabe dentro de mim.

Mas, oh, que mundo sofrido,

Cheio das minhas dores contidas.

Talvez daí resulte minha eterna necessidade

De gritar,

De me desfazer,

De contar tudo a tanto tempo contido.

Daí a necessidade urgente de escrever.

Exposição a crua da fragilidade humana.

Sim, o mundo é pequeno.

Tão pequeno que mal cabe em si os homens.

Homens que estão lá fora na rua,

Com a cara fechada,

No engarrafamento da vida.

O mundo é pequeno.

Comprimindo com a carga dos navios atolados,

Ancorados no porto à espera

Do balanço do mar.

Navios abarrotados do EU consumista.

Com diferentes cores dos homens,

Diferentes riquezas geradas.

Viste as diferentes dores humanas.

Viste como é difícil sofrer.

Amontoar tudo isso no frágil coração

E não sucumbir?

Fecho os olhos e esqueço.

Escuto o silêncio ao redor, tão calmo.

Nada anuncia de mudanças.

Porém, escorre de minhas mãos,

Inunda a misteriosa realidade.

Infiltra-se na cidade submersa,

Atinge seus moradores submersos,

Revira os escombros e as ruínas,

Descobre a ignorância das coisas.

A solidão do indivíduo socializado.

Linguagem primitiva de comunicação.

Ideologia das cavernas.

Homem pré-história.

Ilhas sem problemas, teto de vidro.

Farsas exaustivas mal interpretadas.

Suicídio do homem humano,

Nascimento do homem social.

Homem este, escravo da sociedade,

Subtraído pelas regras e normas.

O mundo pequeno está crescendo,

As contradições e as dúvidas também.

A selva humana se expande,

O poder se diviniza e se materializa

Na forma humana corrupta.

Ó mundo que cresce e explode.

Ó vida futura! Não percas as esperanças.

Um dia, nós te criaremos!

Belinda Oliver
Enviado por Belinda Oliver em 27/01/2015
Reeditado em 28/01/2015
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