MARCAS

MARCAS

Paulo Gondim

25/01/2014

Eu vejo os dias na divisão do tempo

Entre anos, meses e semanas

E em cada data, um pouco de nós ficou lá

Como marco a nos mostrar a realidade

A dizer que aquele dia passou.

E volvemos o olhar desconfiado

Procurando um vestígio de felicidade

Um alento que mude essa realidade

Mas o tempo não deixa oportunidade

Ela segue com ele.

Nele, ficam os marcos e em nós, as marcas

Como tatuagens em carne viva

Que nos acompanham como algoz ou amiga

Flores, caveiras e dragões

Ou cruzes que nos servem de expiação

E o tempo segue seu rito canibal

Indiferente do bem e do mal

Ele não muda, apenas segue

Embora o tenhamos dividido

Ele só nos diz que deveríamos ter vivido