BOM QUE NÃO SEJA A OUTRA
Ao entardecer, noite vem
Vem notívaga me sondar...
Madrugada... Me traz alguém
Sorrateira... Como o luar...
Uma companheira estranha?
(Não estranho sua assanha)
Chega sempre a sós ao meu lado
Antes que eu pense me apanha
Deixa sempre tudo calado...
Travesseiro, meu confidente
Solidário, cada botão
O silêncio, som lá da mente
E o volume no coração...
Ora bate, ora ele para
Sem parar...
Ora um lume, ora um breu
Vaga-lume...
Sons e luzes intermitentes
Nos sentidos, vem e se vão...
Quem és tu, moça persistente?
- Todos, chamam-me solidão...!
Bom, ser apenas tu! Oxítona...
Sem tua irmã de igual acentuação
Que ao surdo faz a sua vítima
Aquela gueixa fria, a depressão...
Autor: André Pinheiro
16/11/2013