PROSEIO QUE É BOM... NADA -(RLessa/Abr/2014)
Na correria do dia à dia, proseio que é bom, nada.
- Esquecemos o ato de ser gente, ao invés disso: ocupamos tempo e espaço pelo consumir.
No dissabor da navalha da carne, proseio que é bom, nada..
- Esquecemos o ato de ser gente, ao invés disso: derivarmos nos mares das imposições.
Na mesmice do não desejar saber, proseio que é bom, nada.
- Esquecemos o ato de ser gente, ao invés disso: consumirmos a carne da mão que nos alimenta.
No desencanto com o outro, proseio que é bom, nada.
- Esquecemos o ato de ser gente, ao invés disso: rogamos ao Pai o perdão pelos nossos atos.
Na barbaridade da hipocrisia, proseio que é bom, nada.
- Esquecemos o ato de ser gente, ao invés disso: buscamos no outro o preenchimento daquilo que nos falta.
No abandono das ideias, proseio que é bom, nada.
- Esquecemos o ato de ser gente, ao invés disso: concluímos diálogos com breves e difusos silêncios.
Na labuta do consumir, proseio que é bom, nada.
- Esquecemos o ato de ser gente, ao invés disso: canibalizamos uns aos outros no exercício do poder.
"Hoje eu quero a rosa mais linda que houver
E a primeira estrela que vier
Para enfeitar a noite do meu bem
Hoje eu quero paz de criança dormindo
E abandono de flores se abrindo
Para enfeitar a noite do meu bem
Quero a alegria de um barco voltando
Quero ternura de irmãos se encontrando
Para enfeitar a noite do meu bem
Ah, eu quero o amor, o amor mais profundo
Eu quero toda beleza do mundo
Para enfeitar a noite do meu bem
Quero a alegria de um barco voltando
Quero ternura de mãos se encontrando
Para enfeitar a noite do meu bem
Ah, como este bem demorou a chegar
Eu já nem sei se terei no olhar
Toda pureza (ternura) que eu quero lhe dar"
NOITE DE MEU BEM - DOLORES DURAN