Museu

Erigido o palácio pra nobreza,
Transformou-se em residencial alteza,
Na fase do Brasil Imperial.
Mas eis, que por espada, foi deposto,
O Imperador D. Pedro II, a contragosto
Do povo, por um seu súdito chacal.

Depois veio a República, coitada,
Sem saber administrar a empreitada,
Pelos donos do poder, já conquistado...
E culparam o povo, que mau vota,
- Pobre analfabeto - pela derrota,
Da triste e contínua derrocada...

O Palácio Imperial virou Museu,
Especializado em História Natural.
Excelentes trabalhos empreendeu,
Criando um acervo munumental.
Mas que pena! Tudo o que foi conquistado,
Pela incompetência, está sendo tragado.

Os desvios do público dinheiro,
Causam um desastre por inteiro,
Sem ter como pagar os varredores.
E o esqueleto do dinossauro fossilizado,
Está hoje, todo empoeirado,
Assim como estão os corredores.

As múmias, coitadas! - Envolvidas por sujeiras,
Já não são olhadas por vistas bisbilhoteiras,
Muito menos, o meteorito de Bedengó...
As visitas das crianças escolares,
Já não são vistas... - E existiam aos milhares,
Porque o Museu está fechado e virou pó!

Mas eis, que aquilo que é meu e teu,
Verdadeiros proprietários do Museu,
Estão hoje, revoltados a clamar,
Pois o Museu não pode ficar fechado,
Que se pague, o que se deve, ao empregado,
Pra que ele volte ao povo, se mostrar!