Vãs Vaidades
Ela é maravilhosa,
Seu corpo, de curvas, violão
A boca perfeita, rosa
Orgulho por ser mulherão!
A pele suave como véu;
Tez de porcelana, alva
Os olhos, num dia, azul céu;
Noutro, verde esmeralda
P'ra dar lugar à beleza,
Foi perdendo a pureza;
Não há mais nada natural,
Tudo falso, artificial
No entanto, foi bonita!
Tinha seu charme; faceira
Mas foi ficando festeira,
Com vaidade infinita...
Há tanta coisa postiça...
Sem as quais não se espelha;
Teme mostrar face velha...
Perder o olhar de cobiça
No afã arrisca a vida;
Quase a perdeu; por um triz...
Quer ser amada, querida
Só desejava ser feliz...