CONSTATAÇÕES SÃS

Eu sou o reverso

Do avesso espesso

Sem ordem ou eixo.

Eu sou aquele som

Ao longe

Aquele estranho grunhido

De animal ferido.

Eu sou a antena

A transmitir dados

Que ninguém ver.

Eu sou o vento denso

A invadir olhares desavisados

E ensimesmados.

Eu sou o utensílio

A mão

Jamais usado.

Eu sou o ladrilho

Guardado no canto

Para um remendo

Isento de restauração.

Eu sou o teorema

Sem aparente solução

Por falta de algum sabichão.

Eu sou a onda do mar

Eu arrebentação

E que faz cair

Mesmo quem já está no chão.

ZARONDY, Zaymond. Poe_Suas & Poe_Minhas. São Paulo: Grupo Editorial Beco dos Poetas & Escritores Ltda., 2017.

Zaymond Zarondy
Enviado por Zaymond Zarondy em 14/01/2015
Reeditado em 16/11/2017
Código do texto: T5100959
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