O Tempo
O velhinho que nos persegue...
O objeto mais desesperançoso de todas as manhãs
É o despertador.
Retira-nos da magia dos sonhos
E devolve-nos a realidade.
Justamente neste pequeno objeto mora o Senhor Tempo
Um velhinho de cadeiras de rodas, rabugento,
Cabelos grisalhos, olhos tristes e quase sem vida.
Talvez, por isso, o Tempo não possa viver sem nós,
Pois somos nós quem empurramos sua cadeira.
Quando toca despertador
Sentimos seu chamado.
No trabalho do relógio, vemos o velhinho chegar...
O velho graceja,
Pois ele sabe que também ficaremos velhos
E seremos consumidos por ele.
Somos seus escravos martirizados,
Não há como escapar.
Triste ilusão daqueles que pensam o contrário.
Nem ao menos podemos ignorá-lo.
Temos seu horrível fardo sobre os ombros
Para carregar todos os dias.
Escrito em 2013.