O Tempo

O velhinho que nos persegue...

O objeto mais desesperançoso de todas as manhãs

É o despertador.

Retira-nos da magia dos sonhos

E devolve-nos a realidade.

Justamente neste pequeno objeto mora o Senhor Tempo

Um velhinho de cadeiras de rodas, rabugento,

Cabelos grisalhos, olhos tristes e quase sem vida.

Talvez, por isso, o Tempo não possa viver sem nós,

Pois somos nós quem empurramos sua cadeira.

Quando toca despertador

Sentimos seu chamado.

No trabalho do relógio, vemos o velhinho chegar...

O velho graceja,

Pois ele sabe que também ficaremos velhos

E seremos consumidos por ele.

Somos seus escravos martirizados,

Não há como escapar.

Triste ilusão daqueles que pensam o contrário.

Nem ao menos podemos ignorá-lo.

Temos seu horrível fardo sobre os ombros

Para carregar todos os dias.

Escrito em 2013.

Belinda Oliver
Enviado por Belinda Oliver em 12/01/2015
Reeditado em 28/01/2015
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