Os Cantos Encantam à Vida

O ar que passeia por aí

Não preenche meus pulmões

Os assobios de fora

Não encantam meus ouvidos

E é espantoso!

Porque a gente se ilude;

Acostumamos com os mesmos cheiros;

Os sons parecem não incomodar...

De repente, dois mundos nascem:

O seu e o meu

Eles não se harmonizam...

Os choques protagonizam nossos espaços

Então, juntamos pedras estranhas

Mas nem sabemos construir estradas

Começo a me convencer de que o chão não é firme

E a tontura logo vem...

Preciso de abrigo...

Mas, tenho comigo a dessemelhança

Por isso, essas olheiras!

Por isso, essa vigilância!

Querendo sossego, consinto os mesmos cheiros e sons

Volto a perambular nos cantos vizinhos

O organismo novamente me cobra

A tontura, agora, é insuportável

Quis evitar!

Quis me enquadrar!

Muito pior, quis "sossegar"!

Entretanto, o passo errado é o que me acerta

A loucura me constrói;

Experimentar sons é do meu feitio;

Cheirar tem que vir para desordenar minha cabeça

Se o repetir é que me faz mal, por que sossegar?

Os mesmos cheiros

Os repetidos sons

O sossego...

São encaixes que formam os outros

Acertados desses importantes objetivos

Podemos, sim, construir estradas

Decifrar segredos genuínos...

Fiquemos livres, então, para embelezar nossos cantos

Rômulo Sousa
Enviado por Rômulo Sousa em 08/01/2015
Reeditado em 06/04/2015
Código do texto: T5095083
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