A Epifânica
Saí de mim,
Saí de tal forma, ou fato,
Que quaisquer sonhos, ou atos, tornaram-se possíveis!
Saí do corpo, também da mente,
Experimentei o êxtase dos dementes
E a claridade, sem sofismas.
Vivi o “Ser” e “Não-ser”
A antítese e o viver;
Vivi sem, no entanto, ter vivido;
Ressuscitei a Morte, estranhecida;
Pulei no Mar das Sete Vidas
E encalhei em Manifestos...
Manifestei o putrefeito e o pétreo,
O adjetivo e o advérbio,
O cântico e o urro.
Marchei na guerra e no amor,
Cantei à vida e ao horror,
Atirei-me, de cabeça, na desventura.
Encorporei tudo, com doce amargura.