A Epifânica

Saí de mim,

Saí de tal forma, ou fato,

Que quaisquer sonhos, ou atos, tornaram-se possíveis!

Saí do corpo, também da mente,

Experimentei o êxtase dos dementes

E a claridade, sem sofismas.

Vivi o “Ser” e “Não-ser”

A antítese e o viver;

Vivi sem, no entanto, ter vivido;

Ressuscitei a Morte, estranhecida;

Pulei no Mar das Sete Vidas

E encalhei em Manifestos...

Manifestei o putrefeito e o pétreo,

O adjetivo e o advérbio,

O cântico e o urro.

Marchei na guerra e no amor,

Cantei à vida e ao horror,

Atirei-me, de cabeça, na desventura.

Encorporei tudo, com doce amargura.

Gabriel M J Lopes
Enviado por Gabriel M J Lopes em 08/01/2015
Código do texto: T5095063
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