MAS A CULTURA CADÊ ? CADÊ VOCÊ?
Onde é o ponto de partida;
Onde fica a chegada;
dessa rua em ruína;
Muito mal iluminada ?
As paredes do meu quarto;
Não me dizem quase nada;
Os meus livros de história,
Só me contam palhaçada.
Na luz do teu sorriso
é onde eu quero me esbanjar,
O cheiro do teu corpo é a unica droga que quero me viciar,
O unico perfume que quero cheirar,
A unica musica que quero escutar;
A tua voz.
Mas a cultura que me fala;
Desse pobre país;
Acabou infeliz,
Pobre, suja e emporcalhada,
Prisioneira mal fadada,
Simplesmente condenada;
Roubada e ignorada.
A musica nao me fala nada;
Morreu e foi enterrada.
A literatura ninguém atura,
A ciênca ta sem paciência,
E a arte é um desastre.
O cinema ja não é um poema,
Só putaria, sexo e palavrão,
Fazem a alegria da nação.
Temperam o churrasco do povão.
Iludem nas cores da seleção.
Enquanto a burguesia,
Cheia de alegria,
Joga fora e ignora,
Discute e filosofa,
Como é que vão lucrar
de frente para o mar.
O cheiro do teu corpo
é a unica rosa que vou apreciar,
O unico jardim em que vou descansar;
A tua pele.
Vem ser minha cultura;
Vem me dar a minha cura;
Vem sarar minha ferida;
Lê o livro da minha vida.
E folheia as páginas do meu coração
Fecha os olhos ao meu palavrão.
Me perdoe o pleonasmo,
Cheio de entusiasmo,
Não vem ao caso o sarcasmo do acaso.
A cultura que morreu,
Nao resistiu e escafedeu;
Mas a luz contra esse breu,
Encontrei nos olhos teus.