MAS A CULTURA CADÊ ? CADÊ VOCÊ?

Onde é o ponto de partida;

Onde fica a chegada;

dessa rua em ruína;

Muito mal iluminada ?

As paredes do meu quarto;

Não me dizem quase nada;

Os meus livros de história,

Só me contam palhaçada.

Na luz do teu sorriso

é onde eu quero me esbanjar,

O cheiro do teu corpo é a unica droga que quero me viciar,

O unico perfume que quero cheirar,

A unica musica que quero escutar;

A tua voz.

Mas a cultura que me fala;

Desse pobre país;

Acabou infeliz,

Pobre, suja e emporcalhada,

Prisioneira mal fadada,

Simplesmente condenada;

Roubada e ignorada.

A musica nao me fala nada;

Morreu e foi enterrada.

A literatura ninguém atura,

A ciênca ta sem paciência,

E a arte é um desastre.

O cinema ja não é um poema,

Só putaria, sexo e palavrão,

Fazem a alegria da nação.

Temperam o churrasco do povão.

Iludem nas cores da seleção.

Enquanto a burguesia,

Cheia de alegria,

Joga fora e ignora,

Discute e filosofa,

Como é que vão lucrar

de frente para o mar.

O cheiro do teu corpo

é a unica rosa que vou apreciar,

O unico jardim em que vou descansar;

A tua pele.

Vem ser minha cultura;

Vem me dar a minha cura;

Vem sarar minha ferida;

Lê o livro da minha vida.

E folheia as páginas do meu coração

Fecha os olhos ao meu palavrão.

Me perdoe o pleonasmo,

Cheio de entusiasmo,

Não vem ao caso o sarcasmo do acaso.

A cultura que morreu,

Nao resistiu e escafedeu;

Mas a luz contra esse breu,

Encontrei nos olhos teus.

Julius Delamorti
Enviado por Julius Delamorti em 07/01/2015
Código do texto: T5094328
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