SÓIS DE VERÃO

 
Para ser feliz não se precisa tanto.
Sóis de verão são tudo e até me espanto
com seus encantos, seus luzires...
O que é a vida? Esse grande espaço
que é mais que os sóis no terraço...
E sonhando sou eu... Esses sentires...
 
O calor? Não importa, não importa...
Basta abrir esta ou aquela porta,
que tudo é extenso e leve, muito leve,
mas, talvez inútil e passageiro
feito o quente mês de janeiro.
E até o ar a passar por mim é breve.
 
A luzir, só o sol. Esse não tem fim;
e talvez a ilusão de algum sonho em mim.
Uma ilusão de sonho, estendido numa rede.
E a vida jaz: inércia total numa esteira;
o às vezes escorrendo pela peneira...
Eu? Um barco no espaço da alma, vede...
 
E os sóis de verão vão me queimando
e as eternas ausências. Até quando?
O futuro, a ansiada calma desconhece...
Mas existe o tédio do presente, do agora...
Existe até a poesia pobre que se aflora
pelas tardes quentes e às vezes enternece...
 
 

( Imagem : google)