Balé nos céus
Círculos pelo ar matizado de azul e branco
feito carrossel rodando seus pôneis presos
num fiar imaginário.
Incrível os giros a procura de espaço maior
na vastidão apertada por suas brincadeiras
num balé involuntário.
Cruzam fronteiras inexistentes numa feiura
paradoxalmente, linda, neste velejar soltos
num tecer mortuário.
Meus olhos cansados pela doença aplaudem
o espetáculo dos urubus planando seguros
como contas no rosário!