Apocalipse

Será isso coincidência,

Ou será mera ilusão?

Quem sabe um palpitar

De minha imaginação?

Ou talvez o despertar

De uma ofuscada razão?

Vejo um mundo diferente

Daquele de antigamente.

Há virtudes destruídas,

Valores que ora se perdem;

Sonhos que logo esmorecem,

Vidas de fato perdidas.

Somos massa de manobra;

Um rebanho de cordeiros,

Reféns de uma ordem que ora cresce

E que sobre o mundo se estabelece.

Multidões sucumbem em desastres;

Famílias violam os princípios mais sagrados;

Gananciosos triunfam em demasia

Sobre os menos privilegiados.

O medo vem por sobre a humanidade

Como o escuro de um grande eclipse,

E grande também é a sociedade

Que chama isso de Apocalipse.

Não há nada para ser escondido.

As comunicações soam como trombetas,

Anunciando a destruição deste mundo

Que a cada dia está mais perdido.

Isso tudo é tão estranho!

Muitos pensam nisso agora.

Resta apenas a saudade

Da vida que havia outrora.

Seja sonho ou realidade,

Isso é triste de se ver.

Deus permita, de verdade,

Fique só a felicidade,

Não a angústia do sofrer.