Poema de Pirraça
Um dia sem inspiração,
A caneta treme na minha mão,
Risco e rabisco no papel um monte de cisco,
Traçando contornos num papel de pão.
As idéias escorrem, se esgotam,
Mergulham num mar de contradição,
As palavras me escapam, fogem,
E o que e era tema é agora dilema, em vão.
Acho que hoje não sai poema,
Segue silencioso esse meu dilema,
Como tratar as feridas do meu longo tempo?
Parece até que não vale a pena!
Quanto mais velho “fico” poeta,
Mais parece que será assim,
De altos e baixos vai se vivendo,
Desde o começo até o derradeiro fim.
E nesse dia sem graça,
Faço de tudo e até de graça,
Mesmo que seja só de birra,
Nem que seja por pura pirraça.