AusÊncia

Como uma visão

Um retrato flutuando no ar

Sem parede

Sem prego

Como chuva

Sem nuvens no céu

Um laço por si só

Sem amarrar a nada

Ou ninguém

Como uma cidade

Sem rua

Sem prédios

Carros e transeuntes

Um coração que bate pela metade

Que quase não late

Nem abana o rabo

A ausência é um nada que preenche

Tsunami que inunda tudo dentro

Um tiro que sai pela culatra

Grito que ninguém

Mas que quem profere se irrita com a cacofonia

Ausência... visita desagradável

Na casa da gente

Vavá Borges
Enviado por Vavá Borges em 31/12/2014
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