Pode, poeta
O poeta inventa, lamenta
Sofre sem sofrimento
Deseja o imaginário
Se entrega, se ausenta
O poeta aceita a dor
Provoca o amor
Incita o desespero
E cria o inimaginável
O sentimento à flor da pele
Alimenta todo seu ego
Ele se entrega cego
E seu choro é invejável
Personagens fictícios, reias
Amores criados, banais
Amores verdadeiros, sacais
Mas poeta pode, sem mais