O escudo do herege

Pra onde foram a paixão fulminante

Os inflamados discursos nocivos

A briga, o vício, a rixa, o ódio, a rinha

As juras fieis, o amor de cartinha?

Pudera um caminho tão bege

Ser o escudo do herege que defende o mito?

E os passos, traçados em paz

Proclamando sinais sobre o que há de vir:

Trazem eles a cura de agora

Cicatrizado, embora tão falso ao sorrir?

Enterrado entre o poente e a aurora

Qual o silêncio do velho que tardou a falecer

Vestindo a mesa pra visitas de outrora

Angústias vazam pelos becos de um poema

Que ninguém, nem mesmo eu pretendo ler

Luiz Otávio Esteves
Enviado por Luiz Otávio Esteves em 29/12/2014
Código do texto: T5084126
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