O escudo do herege
Pra onde foram a paixão fulminante
Os inflamados discursos nocivos
A briga, o vício, a rixa, o ódio, a rinha
As juras fieis, o amor de cartinha?
Pudera um caminho tão bege
Ser o escudo do herege que defende o mito?
E os passos, traçados em paz
Proclamando sinais sobre o que há de vir:
Trazem eles a cura de agora
Cicatrizado, embora tão falso ao sorrir?
Enterrado entre o poente e a aurora
Qual o silêncio do velho que tardou a falecer
Vestindo a mesa pra visitas de outrora
Angústias vazam pelos becos de um poema
Que ninguém, nem mesmo eu pretendo ler