Metáforas das falsas genealogias.

Sei que seu grande sonho.

É ser um lobo.

E viver em um campo aberto.

Cheio de árvores.

Esperando pela noite.

E no luar da madrugada.

Ir ao galinheiro.

E saborear gordas galinhas.

Contemplando o céu cheio de estrelas.

O silêncio magnífico do canto das águas.

Dos belos rios.

No outro dia o brilho do hidrogênio.

Cheio de energia e vigor.

Conseguir uma loba para namorar.

Divertir-se com o prazer do instinto.

Esperando pela nova noite.

Para refazer sua fortaleza.

Desse modo consecutivamente.

Enquanto existir floresta.

E as galinhas sonharem.

Em constituírem-se genealogicamente.

Em lobos fortes e bonitos.

A arma da vossa vitória.

É a ideologia do mundo das galinhas.

Se a galinha fosse instruída.

Entendesse do materialismo histórico.

Ou da genética sintética evolutiva.

Se compreendesse da natureza liberal do capital.

Ou do fundamento da mais valia.

Mas as galinhas só entendem da ração do milho.

E sonham ter genética de lobos.

Imaginam desenvolver.

Uma genealogia vencedora.

A ilusão do mundo do poleiro.

É muito importante que as galinhas entendam.

Que do ponto de vista genealógico.

Os lobos não têm genética.

Vivem em pequenas matilhas.

São essencialmente insignificantes.

Frágeis porque são minorias.

Sustentam nas imbecilidades.

Do mundo galináceo.

Os lobos sabem se forem destruídas.

As ideologias das suas fraquezas.

A sua institucionalidade genealógica.

Acaba como gelo exposto ao sol.

Mas enquanto as galináceas.

Viverem a ilusão de serem lobos.

Não faltarão as florestas.

Os mais deliciosos pratos.

Com efeito, sustentarão a ideologia dos vencedores.

Ao mundo simples da ilusão.

Não tem espírito de luta.

Prefere a cômoda ideologia da superioridade.

Quando é apanhada para ser assada.

Desesperadamente diz ao vencedor.

Existe outro mundo magnífico e belo.

Comandado por deus.

Onde residirão nossas almas.

O lobo sorrindo responde.

Nossa preocupação é a realização do instinto.

Precisamos de vigor.

Para namorar belas lobas.

Perpetuando nossa espécie.

Obrigado pela ideologia do mundo galináceo.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 24/12/2014
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