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Mulher

Estes dois fios de prata que brilham
neste já tão velho rosto, a rolar.
São os restos de esperança
que se esvai no tempo
deste tempo cruel
que não quer
esperar.

Já não nos resta mais a esperança
nem mesmo a coragem pra luta
para vencer esta guerra
do quero e não quero,
fingindo não ver
que a vida
se vai.

Que a cada um minuto que se perde
não o dizendo ou não ouvindo
aquelas palavras de amor
de quem lhe é sincero,
E ouves só o lamento
com medo
do caos.

Vai sentindo este amor se escorrendo
e nem ao menos o tenta reter,
vai se agarrando a rebarbas
deste seu sentir dividido.
E fica sem participar
do direito sagrado
da nova mulher.

Carrega consigo o velho tormento
e desiste dos sonhos de se fazer.
Sopesa o fardo da incerteza
vai se doando sem nunca pedir
uma gota de bem querer,
e deixa que o vento leve
pequenos pedaços
da felicidade.

Dorme na rede desta submissão
e o silêncio é seu maior aliado.
Engole mudos os lindos versos
com medo de os proferir.
Desiste até de sonhar
em nome do quê,
pra quê?

A vida continua a se esvair no tempo
o tempo não tem tempo para você.

Mulher
Trovador das Alterosas
Enviado por Trovador das Alterosas em 23/12/2014
Reeditado em 29/12/2014
Código do texto: T5079400
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