O Belo 
Por Carlos Sena


O belo descamba no ser
como hecatombe que desconserta...
Invade os sentidos
nos deixa mexidos e além.
Ah, mas que beleza é essa que 
se não desmonta desconserta?
Beleza põe mesa sim! 
O banquete do belo se faz no prelo da significância do gesto:
no jeito do olhar piongo
no feixe de luz que dos olhos foge.
No andar faceiro que nos parece nobre
no falar brejeiro que soa aos nossos ouvidos como se fosse do céu a sinfonia. 
Sem alarde e qual fogo que não arde o belo nos despe o sentir
nos anima,
e também nos faz sorrir.