Confissão
Confesso a Deus e aos irmãos que este ano pequei e muito
Por pensamentos, ações, omissões, e mágoas.
Fiquei decepcionada com o meu afastamento a Deus,
E ainda disse a ELE: Aba, por que me abandonastes?
Sendo que fui eu quem o abandonou.
Hoje estou triste pelas coisas do mundo,
Me sinto culpada por tudo.
Pela desobediência de meus filhos, não seguirem os trilhos escolhidos e traçados por mim,
Pela dor que fiz alguém, como um aluno senti, pelas lágrimas de mamãe.
Pela falta de organização em meu trabalho,
Me sinto culpada por ter nascido.
Por ter decepcionado a tantos,
Mas, ainda assim, tenho meu encanto.
Sou como a profetiza do apocalipse de João.
Sou aquela que venera a si mesmo,
Mesmo estando em decomposição.
Confesso que não comungo com Deus há anos.
Tantos desenganos sofridos,
Merecidos os sofrimentos de minh'alma.
Sou aquela que não tem calma,
Sou como anjo e demônio,
Sou talvez um mero acaso de Deus.
O por que e para que estou aqui, confesso que nesses quarenta e sete anos não descobri.
Tenho a alma adolescente, sou carente, busco justiça,
A vida atiça desafios que me culpo o tempo todo,
Talvez por isso, não tive alta da terapia.
Escrevo poesia para relaxar,
Profetizo em palavras, mesmo com o coração tão cheio de mágoas.
Perdi a tantos, e não soube valorizar,
Hoje a saudade, mata aos poucos, pois deixei de viver.
Partiram, pai, filhos, amigos, primos, e eu apenas confesso que sou culpada,
Às vezes, não quero mais está aqui em vida,
Quero partir, mas sei não chegou a minha hora.
Agora, só peço a Deus que me ensina a perdoar,
E quem sabe assim serei eu perdoada.
Obrigada.