Esperar

Da infância trago sonhos
desejos, brinquedos, tombos...
trago uma aquarela
e nela meu conto.

O desejo de ter e ser vem junto
e não conformo com o caminho obscuro.
Tento em vão conquistar os surdos
que se fecham às vozes do mundo.

Espero o tempo de colher
após repetidas primaveras;
e desencanto após um canto
que não diz da certeza, mas da dúvida certa.

Não terei o que sonhei...
meus desejos serão frustrados...
o que me sobra são meus tombos;
desde a infância uma constância,
diria, quase um afago.

Mas não me entristeço com a realidade
pois a aquarela vem dar sobriedade.
Meus dias são coloridos por pincéis
de muitos invernos, outonos e verões
que esquecidos como a paleta de cores
vem dar sentido a uma vida de ilusões.

E se eu morrer antes que tudo aconteça
saibam que morro feliz...
pois minha Espera não se apoia neste mundo,
mas encontra aqui, o impulso pra ser uma Espera Eterna.

E quando o concreto chegar
e meus olhos se abrirem para a verdade contemplar;
quero voltar a ser criança
pois cansado de esperar estarei
e imerso em minha arrogância
mais do que nunca, do que é Divino,
eu necessitarei.
Fábio G Costa
Enviado por Fábio G Costa em 14/12/2014
Código do texto: T5069318
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