Diante uma vela

Perante uma noite fria eu me encontro sozinho.

Em um quarto isolado, escuro e tenebroso.

A única coisa que me faz se sentir vivo és um objeto.

Me trás calor e aconchego, uma ilusão de companhia.

Apesar de incontáveis feridas abertas que não me trazem dor.

Meu rosto está cor do vinho, sagaz e vivo.

Sangue, banho de sangue.

Me encontro ajoelhado diante do objeto e diante um quarto que não há portas.

Não há como sair nem como entrar.

O objeto é singelo e limitado.

E antes que ele pereça vou me unir a ele.

Diante dessa vela balbucio minhas ultimas palavras.

Aproveitando de seu fogo brando.

Me ponho a queimar.

Diante de um quarto sem respostas.

Diante de uma vela acesa.

Me ponho a queimar.

Aldair FJ
Enviado por Aldair FJ em 14/12/2014
Código do texto: T5068958
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