Hora de Dormir
Me jogo perante o travesseiro.
Fecho os olhos no desejo de poder sonhar.
Vozes ecoam na escuridão.
Vozes que vêem do quarto ao lado.
Gozo de pessoas devassas.
As vezes escuto em tom baixo e outras em tom alto.
Palavras obscenas, machistas e feministas dificilmente são de amor.
Porcos imundos, escoria que tanto odeio.
Enquanto eles transam eu tento dormir.
Todas as noites eu tento apagar bem rápido.
Sou derrotado a maioria das vezes.
Levanto muitas vezes e fico a perambular pelo quarto com a escuridão me fazendo companhia.
Consumido pela noite, torturado por vozes estranhas e manipulado por a solidão do meu ser.
Quando estou no meu limite começo a cantar baixinho.
Quieto no canto a solidão vêem bem mansa.
Sozinho no escuro sou um ser único.
Um simples desejo antes que amanheça.
Que cheguei logo a minha hora de dormir.