Passivo

Muitos tropeçam em pedras ínfimas,

Conforme a sombra que seguem após;

A própria grandeza escolhe as “vítimas”,

Todavia, o ridículo é escolhido por nós...

Como é confortante ser o que a gente é,

Mesmo que nanico, gorducho, ou, calvo;

Há tiros precisos que acertamos no pé,

Apenas, por mirarmos num errado alvo...

De minha ignorância eu jamais desisto,

Pois, sabendo dela, me ocupo em saber;

Quantos tolos posam querendo ser vistos,

Quando, o que necessitam é apenas ver...

Assim, certos blocos deviam temer às ruas,

Como a consulente que teme ao místico;

Pra que houvesse pudor nessas almas nuas,

Cujo nu, não tem nenhuma pinta de artístico...

O pior é que, nessa sina de fumante passivo,

A fumaça acaba tendo o seu caso, comigo;

Como nos fazem falta, o vento, ou, o crivo,

Para que a palha vã seja apartada do trigo...