Um carrasco chamado: tempo.
O tempo, ardiloso ladrão
que rouba nossas horas, impiedosamente.
Nossos momentos dourados, ou penosos...
Assim vão-se os anos primaveris.
Arrefece a paixão, o ardor do verão efervescente.
E sem nos darmos conta uma brisa sopra
languidamente ao cair da tarde.
Sombras outonais se avizinham.
Nuvens sombrias anunciam a negridão da noite.
Rígido inverno titila nossos ossos.
E num tremor, lépido e tétrico,
sentimos sua mão estendida a nos tocar.
A ceifadora... que chega a seu tempo.
O tempo, a ceifadora...
Ambos se coadunam.
Já não sei qual deles é mais cruel.
Mas creio que é o tempo.
A ceifadora apenas dá o golpe de misericórdia.