Magnífico diálogo entre: Leucipo, Demócrito, Epicuro e Lucrécio.

Magnífico diálogo entre Leucipo, Demócrito Epicuro e Lucrécio

Espaço é determinado pelo vazio.

A grande realidade do universo.

É a existência do vácuo.

Leucipo.

Dentro dele movem partículas.

Como realidades eternas e imutáveis.

Denominadas de átomos.

Entende-se Demócrito

Então para Epicuro.

Nada nasce do nada.

A não ser o primeiro princípio.

Concorda-se Lucrécio.

Porém o que se pode dizer.

Nada nasce do nada.

A não ser o nada fazendo matéria.

Fundamento irracional.

Mas não existe outra lei razoável.

Como explicar etimologicamente.

Para algo sem existência.

É loucura o pensamento.

Entretanto, a razoabilidade.

Que mundo é esse.

Quando significa apenas o vazio.

Ondas de luz perdidas no infinito.

Decifrando a escuridão.

Se fosse possível.

Tal engenharia genética.

Qualquer coisa nasceria.

O mundo teria significação.

Diria Lucrécio.

Sem necessidade da lei.

De causa e efeito.

Se o que termina acabasse.

Se a matéria não fosse à reconstrução.

Demócrito.

Permanente do seu fundamento.

O nada seria o nada.

E não o fundamento substancial.

Epicuro.

Contudo a natureza já teria sido.

Tão somente a destruição.

Leucipo.

Epicuro explicita sua epistemologia.

Motivo pelo qual o mundo existe.

O átomo preenche o espaço.

Infinitamente.

Como a matéria se moveria.

Se o vácuo não fosse imenso.

Se o universo fosse cheio.

Não seria possível o movimento.

Demócrito.

Os mundos não seriam contínuos.

Portanto, qual o significado.

A indefinição da existência.

Escrevo o que devo dizer.

Uma grande imaginação.

Não existiria algo a começar.

A eternidade seria escura.

Sem a infinitude.

Composta eternamente pelo vácuo.

Lucrécio.

Não existiria algo para iniciar.

O mundo seria apenas sua solicitude.

Abandonado eternamente.

Em suas saudosas peregrinações.

Não existindo lugar para ir.

No qual tudo pudesse chegar.

A infinitude da imaginação.

Epicuro.

Sendo o universo infinito.

Não existindo centro formulado.

Tudo é tudo.

E o nada é nada.

Nascendo o átomo por acaso.

Conjuntos de partículas.

Que multiplicam.

Interminavelmente em seus movimentos.

Esse mundo feito pela natureza dele.

Demócrito.

Sem finalidade, sem plano, sem objetividade.

Sem resultado obvio.

Os deuses não são responsáveis.

Nem por eles mesmos.

Depois da vida existe a morte.

Que consiste em um eterno dissolver.

Nada além de tal acabamento.

Epicuro.

Imaginar a morte é loucura.

Por representar a negação.

A vida esmagada sobre a terra.

Presa a sua solidão.

Solitária.

Como o vento conduzindo nuvens.

O mundo sem finalidade.

Os deuses sem existência.

Não devem ser respeitados.

Porque são apenas ideologias.

Lucrécio com Leucipo.

O que existe na sociedade.

São regras convencionais.

A lógica da dominação.

Mas sem fundamentação ontológica.

Estamos aqui porque estamos.

O homem deveria ser livre.

Não existe castigo nem punição.

O que existe é apenas poder político.

O homem está liberto de tudo.

De todos.

Magnanimamente.

Como as flores que brotam no campo.

Epicuro.

Buscando a apenas o prazer.

Não tenha medo dos deuses.

Tenha coragem de sentir parte do universo.

Entenda-se como sendo o próprio vácuo.

Demócrito.

Seja o universo inteiro.

Viva com sabedoria.

Esqueça os rituais.

Sinta no peito o próprio vazio.

Respire sua inexistencialidade.

Deixe a realidade ser aquilo que não é.

Você sendo a fluidez do seu não ser.

Na eternidade do desaparecimento.

Poesia escrita pelo professor: Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 08/12/2014
Reeditado em 08/12/2014
Código do texto: T5062839
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