Pequenos Imperadores

As muralhas que se consideravam inexpugnáveis;

Falo das estruturas que amparam as gentes;

Hoje como nunca, são frágeis e inflamáveis;

As abalroamos como intratáveis insolentes...

Quanta soberba;

Seus asnos adultos indulgentes;

Até a nossa mente tresanda;

Pelas agruras vigentes...

Ontem as crianças abraçavam os avós;

Hoje espezinham os próprios pais;

Culpemo-nos só a nós;

Perante mais quem vos justificais?

Talvez a bíblia tenha dado vez;

Ao manual de educação de delinquentes;

Terei falta de lucidez?

Quem orienta estas famílias periclitantes?

As vozes dissonantes?

Que trespassam os valores humanistas;

Ao vociferar ordens insipientes;

Surgidas de mentes pérfidas idealistas...

Que incongruência conceptual;

Face ao nosso orgulho democrático;

Quando nos nossos lares afinal;

Se age em função do grito autocrático...

Desta vez não é o sistema;

O carrasco dos nossos dissabores;

Agora o grande dilema;

É sermos vítima dos nossos filhos, pequenos imperadores...

Crianças sem o brilho cândido nos olhos doutrora;

Pois a sua quota de afetos foi perfeita por valores materiais;

Transformando-se assim o seu interior almofadado, numa montanha rochosa;

De onde se soltam pedregulhos que esmagam o futuro dos demais...