A SOLIDÃO
Quem acha
que a solidão
me entedia,
engana-se!
Tenho sempre
a poesia pra
me consolar!
Por isso,
não me deprimo
com as agruras
doridas da vida;
que tentam,
em vão,
me desvirtuar
do que considero
construtivo
ao meu bem-estar
espiritual!
Assim, jamais
temo ficar só;
e muito apraz-me
ouvir os meus
silêncios íntimos;
pois é através
deles, que consigo
imergir nas fontes
inspiradoras
de minha poesia;
para retirar
desses recantos
latentes da arte,
motivos poéticos
suficientes
que me propiciem
os alívios fluídicos
que me conduzam
pelas veredas
da consciência
regenerada.
A solidão pode
até não ser
benéfica aos que
não sabem
usufruí-la pela
introspecção;
mas para quem
se dedica à dada
obra de arte,
sobretudo a arte
literária,
ela é essencial
à reflexão
criadora!
Amo, como Rilke
amou, em vida
e poesia,
a útil solidão!
Sendo
o isolamento,
um fiel aliado
a esse prazer
incomum
de gostar
de ficar só;
na verdade,
não me sinto
só, para compor;
porquanto,
no silêncio
meditativo
da solidão,
a poesia sempre
brota qual sol
luminoso
em cada novo
alvorecer!