Laurel

Ficamos assim calados diante do absoluto;

Ele a nos olhar,

Não compreende o porquê

Deixamos de lutar por ele.

Já faz tanto, e tempo nem se fala,

Que meu coração se cala diante

Dos pensamentos. Eu só queria amar com

A simplicidade dos deuses...

Nem sei se a expressão é pura ou se me segura os punhos,

Como cordas de tristeza e decepção

A enrolar minha poesia ...

Basta calar a boca,

Os olhos deixar vagar por entre o banal e o desprezo

Não posso crer que a felicidade

É ilusão pros justos...

Seria então acaso tanta indiferença pela vida?

Se calo, morro aos poucos,

Se falo, sinto-me só.

Expressando é que percebo

O quanto estou difusa de toda a multidão.

Mas, às vezes, creio que mesmo distante

Eu prefiro tê-la, ela, a ilusão,

De que um dia encontrarei,

Em meio aos rostos confusos das vias , um olhar

Lúcido, esquecido, esperando por mim ...

Lucélia Martins

Lucélia Martins
Enviado por Lucélia Martins em 02/12/2014
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