Olhar clandestino

No ônibus

Um rapaz triste

De olhar clandestino

Sentado na escada

Obstruía a passagem

Quando passei

Não quis olhar

Não era prudente

Ver a dor do mundo

Cada um carrega a sua dose diária

De dor, tristeza, saudade, desânimo

E também de fé, alegria e esperança

O moço de olhar clandestino

Parecia carregar só dor

Ele se excedeu

Na sua dose diária

Por onde anda agora, moço?

Nos bares, nas esquinas

Em estado de torpor

Ou será, então, que descobriu

No fundo do fim

Algum brilho

E voltou a sentir-se,

não um clandestino,

E sim um viajante

Capaz de enfrentar as aventuras

E surpresas desse mundo...?

Ei moço! Não desiste não

A vida é cheia de tempestades

Ondas gigantescas

Eu sei

Experimente!

Olhe com a alma!

Os momentos de sol

Também se faz presente

Tem lua cheia

Estrelas bailarinas

Um mar de ondas leves

Que nos acaricia

E limpa nossa alma

Olhe o horizonte

Sempre há algo mais

Veja o Universo

Sua grandiosidade

Não lute

Aceite

Deixe-se dançar

Nada é para sempre

Espere

O tempo

Muda a rota

a todo momento...

Wiara Barreto
Enviado por Wiara Barreto em 30/11/2014
Reeditado em 13/11/2024
Código do texto: T5053849
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