Antenas
Perdoem a pose de não impressionável,
algumas faculdades parecendo inativas;
seca omissão, ante o projeto irrealizável,
veta lamentar muito, u’a saga inevitável,
o socorro se deve, às mortes ainda vivas;
Deus de todo o tempo, ri de nossa pressa,
porém, lamenta nossa ignorância da Sua;
onde vemos finais, a Sua ação só começa,
depois que a fase de doidas paixões cessa,
que pode se fazer crescente, a nossa lua;
tardiamente diferimos os gatos, da lebre,
entre as daninhas plantadas, na destreza;
e tantas ilusórias mansões viram casebre,
depois que a mão do tempo cura a febre,
vetando o contágio da fama e da riqueza;
pós as duas parideiras ligarem as trompas,
então, não faz sentido algum, sua cachaça;
pois, tristeza sobrevive bem, com a pompa,
surge um lapso do que o ouro não compra,
e uns miseráveis conseguem ter, de graça;
assim, cada dia que um pobre rico, se deita,
minha insignificância tremula suas antenas;
por saber que essa inelutável sorte espreita,
e bastaria entrar agora, pela porta estreita,
pra privar as asas da morte, das suas penas...