RASTROS
Não deixo rastros do que fui,
porque as minhas pegadas
disformes estão esquecidas
nos arquivos de minha
consciência aprendiz. Mas
deixo pistas do que deles
aproveitei de útil para seguir
em frente, tentando secar
os meus choros emotivos,
revertendo-os em sorrisos
colhidos nas singelas flores,
cujas seivas orvalhadas, já fluem
tão escassas, pela presença
um tanto quente do sol.
Tão essencial em minha
renovada caminhada,
são as luzes cintilantes
que emergem de minha
consciência, agora impelida
em regenerar-se dos erros
que tanto inferiorizam-na.
Se antes, era preciso sentir
as pisadas sofríveis sobre
as veredas espinhentas,
foi para que hoje, pudesse
iniciar os gozos dos alívios
morais, pisando sobre
as estradas edificantes
que preparam a consciência,
não para seguir os rastros
trevosos, que disseminam
o mal; mas para seguir os
rastros luminosos, que, tão
plenificantes, semeiam o bem.