SILÊNCIOS POÉTICOS
Às vezes, falo pelos
meus silêncios poéticos,
abstraído na contemplação
de minhas paisagens
interiores; de onde retiro
inspirações ancestrais
em vestígios de poemas
épicos, para transformá-los
em pérolas poéticas
modernas que me edifiquem,
e aos meus diletos leitores.
De outras vezes, são os meus
próprios silêncios espirituais,
que se refletem na beleza
natural das paisagens
exteriores; numa comunhão
profunda de edificantes
benefícios morais, entre
a minha consciência artística,
e a consciência cósmica
dos elementos naturais
benfeitores. Ademais, sinto
que, é mediante a riqueza
espiritual dos meus silêncios
meditativos, que brota, tão
espontânea, a essência
criadora de minha literatura;
fluindo tão maviosa dos meus
recantos íntimos, como
caudalosos rios perenes
fertilizando os meus silêncios
vivos, tão repletos
de sensibilidades poéticas
e prosaicas, que falam
do encanto criativo da arte
que em mim perdura.
Posto que, o que escrevo,
é fruto quase sempre,
dos momentos silenciosos
que emergem do fundo dos
meus arquivos reminiscentes;
que podem, tanto abordar
o que fui em vidas passadas,
como o que estou sendo em
vida presente, preparando-me,
decerto, para o que serei
em meu porvir, como alma
regenerada, desfrutando
moralmente de uma vida
espiritual transcendente.