A vida por um fio
Vejo a vida por um fio, falseando a realidade
Vejo a vida com saudades dos meus tempos de menino
Um passado sem destino que o futuro não mostrou
Um presente sempre vivo devorando o que sobrou
Vejo a vida e sinto a morte, entre a sorte e o azar
Vejo a vida em cada olhar, até mesmo quanto durmo
No infinito um sol noturno, vive sempre à minha espera
Não importa a estação, se há flores no caixão é a eterna primavera
Vejo a vida por um fio, sinto forte um arrepio tomar conta de meu corpo
Vejo o horizonte torto afetando minha retina
Uma luz de lamparina enfrentando a escuridão
Uma vela entre os dedos reforçando uma oração
Vejo alguém fechar meus olhos apagando o meu futuro
Fica claro que o presente não existe no escuro
É por isso então que eu juro, amanhã vou me acabar
Vou virar a própria mesa, vou viver no alem mar