POESIA NO ESPELHO

Há uma poesia refletida nos meus sonhos.

E não são, nem simples delírios, nem utopias...

São como vitrais formando uma imagem!

Um rosto, um corpo, uma alma, uma identidade, um ser.

E cada pedaço, é como espelhos desses mesmos sonhos,

São como fragmentos de incontáveis fantasias.

E os versos que ficam sobrevoando minhas ideias,

Dão dimensões hora romanescas, horas compassivas...

São como retalhos de uma vida, pedaços, parecenças,

Essas transparências que de alguma sorte, falam sobre mim!

Daí derivam minha personalidade, minhas verdades, meu sim.

E há modulações dessas frequências, no que refere-se,

Ao que concerne, meu estado de humor, apatia, minhas digressões...

Determinando um temperamento, hora outonal, hora pastoril,

Hora, mapeado por diversos invernos e primaveras!

Contudo essas imagens não dão, a devida dimensão de mim,

Do que realmente sou, apenas indicam trajetórias, dão pistas...

Pois os caminhos por onde trilhei, formaram minhas imagens.

Os conceitos que precisei, que me eram oportunos, necessários.

Pelo menos, para cada ocasião, pois precisamos sobreviver,

A ser invariavelmente camaleão, perante as vitrines da vida!

Não me valho de estereótipos, desses exageros, nem de anexins,

Talvez muito mais dos significados, a refletir os vernizes...

Que na realidade nada falam de mim!

Albérico Silva