O Movimento da Água.
Havia um ditado.
Existia um ditado.
Um ditado.
Água tanto bate.
Na pedra.
Até a mesma furar.
A pedra furada.
A água continua batendo.
A pedra acostuma com o furo.
E o referido torna-se normal.
A função da água.
É tocar nas pedras.
Em uma pedra.
Em duas pedras.
Todas as pedras.
Todas as águas.
Em todos os rios.
A essência da água.
É tocar nela mesma.
Interminavelmente.
Imagino esse poema magnífico.
Sem ritmo, sem propósito, sem ideologia.
Água corre silenciosamente.
Pelo leito dos rios.
Em direção ao mar.
Com a finalidade de transformar em água salgada.
Leva com ela.
O tempo da velocidade até ao mar.
Indiferente.
Ao azul do infinito preso ao seu reflexo.
Água é magnífica.
Molha as margens dos rios.
Transformam as árvores.
Em frondosas e belas.
As águas dos rios.
Quando chove.
Água fica mais veloz.
Não sei por que tanta pressa.
De chegar ao fundo do mar.
Talvez o sonho seja.
A finalidade de somar partículas.
Do oxigênio e misturar.
Com as águas do mar.
Com o desejo de girar.
Interminavelmente.
Em torno do sol.
Para receber maior quantidade de hidrogênio.
Acho belo.
A água correr todos os dias.
Em direção ao mar.
O resto do tempo.
Água serve para proteger os barcos.
À noite.
Sobretudo, de madrugada.
Água canta sua canção.
Feliz por estar agrupada.
Movendo sem direção.
Indo e voltando eternamente.
Como se existisse alguma finalidade.
Em ir e voltar.
Como se o movimento.
Despertasse a contemplação.
Edjar Dias de Vasconcelos.