A VOZ DE UM CONDENADO
Fui criado na rua
Fui chamado marginal
Telhado: sol e lua
Tratado como animal
Lembro-me bem ao pedir esmola
“Aposto que é pra cheirar cola”
Alimentos: água e pão
E reclamam do arroz com feijão
Sem lugar pra ficar
E sem ninguém pra me amar
Comecei a roubar
Não era o que eu queria
Mas não tive opção
Fui vítima do preconceito
Por pessoas sem coração
“Foi Crucificado, Morto e Sepultado”
Até parece que foi em vão
A maioria que se intitula crente
Mal sabe o que é compaixão
Algemas, apenas detalhe
Ouço apenas gritarem ladrão
Julgar-me parece tão fácil
Será difícil estender uma mão?