O TUDO E O NADA
Alarme total
Desarme, entrave,
Putz, foi na trave
E tudo se perdeu
E nada aconteceu
A não ser aquele
Velho desfecho inevitável
Imaginação a invadir
Ideal de mim, propício
Refugio pra se escapulir
Sem nada se importar
E atrozmente tudo a podar
A semente que ainda se ia plantar
E o alicerce da casa que se pensava morar.
Palavras, ás cegas entre trevas
E algo a mais ou a menos
Entrega unilateral
Um bem estar... nem dá pra acreditar
Eis que a revelia do explorador
O labirinto se contrai
E tantas opções já não existem mais
Fazendo-o sucumbir diante
Do nada, do vazio, do abismo
Que ele tanto queria fugir
Que o fizera chorar e o fizera rir.
Aquela visão do nada que é tudo
E do tudo que é o nada.
ZARONDY, Zaymond. Poe_Suas & Poe_Minhas. São Paulo: Grupo Editorial Beco dos Poetas & Escritores Ltda., 2017.