Doce Amargura
Na minha doce amargura
Vejo o que há de mais belo,
Além da decrépita figura
De sorriso tão singelo.
Entro dentro de mim mesmo
Dou forma às emoções,
Ao escrever a esmo
As minhas próprias aflições.
Na minha doce amargura
Reconheço que a vida é boa,
A arte em sua infinita ternura
Oferece água quente nesta lagoa.
Cada sentimento abstrato e incerto
Clama por definição e imagem,
Retrato-o de coração aberto
Ao lhe dar cor numa paisagem.
Assim eu vos digo,
Pois minha amargura é doce,
Converso com meu amigo
Um piano como se gente fosse.
Em minhas faculdades mentais
Elevo a risada em vários patamares,
Pois apenas o riso é capaz
De curar todos os males.
04 – Novembro – 2014.