FOGO DE PALHA

Em cena, mais um palhaço

que vive a fantasiar.

Da vida, queria um abraço

e o mundo insistindo em não dar.

Com olhos tristes, gargalha,

leva a plateia ao delírio.

Seu riso é fogo de palha,

quando cai o pano, martírio.

Do palco ao camarim,

passos, cansados, sem pressa.

Mais um dia chega ao fim,

só a solidão que não cessa.

No espelho, mal se reconhece,

envelheceu sem querer.

Passado que jamais esquece,

do amor, não quis mais saber.

Téo Diniz
Enviado por Téo Diniz em 02/11/2014
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