O alienígena
Poeta é um, Indiana Jones,
Capaz de burlar o exército
da solidão e o seu general;
Conhece antigas escritas,
investigou grutas e criptas,
caçando ao gênio do mal...
é interprete das profecias,
entregues nos velhos dias,
a uma civilização já extinta;
é o profeta do porvir alheio,
que Deus usa, espúrio meio,
vaticina nos tons que pinta...
espada oculta sob as penas,
falso anjo que voa apenas,
no céu nublado da bela arte;
ousada flor entre as pedras,
que contra ao rigor medra,
e ao seu rico aroma reparte...
arqueólogo de ossos futuros,
que escava fazendo um furo,
no éter que envolve o mundo;
sujeito aos trabalhos forçados,
recusa de outros condenados,
daí, um laborioso vagabundo...
alienígena nascido no planeta,
a insistir numa coisa obsoleta,
magia; nesse tão prático globo;
veste corpos humanos, disfarça,
parasita de alma mui esparsa,
aos pragmáticos, mero bobo...
enfim, é a concreta abstração,
trazendo o céu para o chão,
mesmo vivendo num inferno;
modesto coautor do universo,
que fez planta em prosa e verso,
antiga face do homem moderno...