Vidas paralelas
O dia sobre a mesa, um cortado baralho,
Onde compram cartas os que saem a liça;
Esses que escolhem a bênção do trabalho,
apenas pra fugir da maldição da preguiça...
enquanto eu sorvo dessa mistura agridoce,
apesar do mate que é de erva bem amarga;
acariciando sonhos que a noite ida trouxe,
a luz já veio, mas, a lembrança não os larga...
geração teen se apressa buscando as letras,
conhecimento, que dizem ser, a educação;
Irão descobrir só mais tarde essas adoletas,
Que sem valores bons, perde sentido a razão...
Por enquanto, nomes certos se dão aos bois,
Neurônios dóceis até que aceitam essa doma;
Assim, são treinados pra somar dois mais dois,
Depois, exemplos ensinarão esconder a soma...
Tomarão contato com feitos de notórias lavras,
A roubalheira tal ,de fulano, sicrano, beltrano;
E o potente exemplo que vale por mil palavras,
Furtará num instante, ao trabalho de um ano...
Isso tudo não me priva de ainda sonhar com ela,
A bela que nem desconfia que me tem, na palma;
Contemplando a vida a passar pela minha janela,
Acariciando outra que me palpita dentro da alma...