Livro-me!

Sempre livrando da solidão,

abrindo portas infindáveis,

escancarando janelas infinitas,

mostrando um mundo possível e impossível,

convidando a sair de mim,

trazendo boas novas,

fazendo sofrer sem sentir dor,

arrancando choro sem lágrimas,

atualizando velhas lembranças,

impulsionando novos sonhos,

tornando cada vez mais livre,

seres e letras presas na clausura cotidiana

e dando vidas à lâminas de tronco morto,

pela imperativa força do sujeito

que tomando a primeira pessoa brada:

LIVRO!