serjo samplajo (pavio)
quando paridos, o pavio do destino é aceso
e o ideal do progresso é faze-lo
de regra a ser seguida
se não, o que tu irás conceber não é vida
vão te chamar de negra ovelha
ou de outros estereótipos que der na telha
uns aceitam de cabeça baixa
o intuito dos de cima contra ti
é: rebaixa!
se não, não pode criar, muito menos parir
sucumbir é o que logo vão especular
mas de especulação
já me basta a wall street e tókio
prefiro ouvir histórias de pescador, sherazade ou pinóquio
os que erguem o peito
e saem a questionar
vão ser tratados de problemáticos
que de nada sabem respeitar
"VEJA" bem, esse tipo de prática
não faz bem, melhor é maquiar-te
e nos ideais, fazer uma plástica
pensar que faz diferença, por fazer arte
por favor, ponha-se no seu lugar
e neste caso, nunca será o de pensar
de conversas e traçados trocados
faço meu hino
a experiência de ancião
no corpo de menino
faz parte do erro
enquanto ensino
que qualquer menino
tem grande sabedoria, enquanto embarca
em aprendizado de capitão
não é só piloto que maneja a arca
e sábio mesmo é o ancião
que se reconhece aprendiz
pois mais se aprende com quem nunca diz
com o pavio aceso, se perde sem alarde
a contradição do real se faz presente enquanto arde
a linha da vida é como abismo, simples fino
caminhamos na corda bamba
que sabemos: se rompe a esmo
equilibra no peito, enquanto arranca
com dentes e unhas o que busca
a rotina é o feitor que te frusta
e te impõe a viver por um fio
me parece que quando mais procuro,
mais me confino
sem perceber o cheiro de pólvora
de quando explodiu o pavio do destino
gael